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domingo, 18 de setembro de 2011

Gears of War 3: Maior, melhor e com peitos

Lançamento para o Dia 20/09(Terça-Freira)


Embora seja claramente uma série direcionada a adultos, especialmente pelo nível elevado de violência, Gears of War 3 tem muito daquela fantasia infantil típica de garotos em crescimento, envolvendo luta, armas e monstros. Todos os elementos estão ali: a irmandade, a coragem e o companheirismo dos guerreiros brutamontes, a força e a adrenalina dos combates explosivos e viscerais e a luta do bem contra o mal, representada pela batalha contra a raça alienígena Covenant. Digo, Chimera. Aliás, Helgast. Ou melhor, Locust. Ah, tanto faz.
Durante aproximadamente três horas, pude experimentar boa parte da campanha individual (e um pedacinho do modo cooperativo) de Gears of War 3 à convite da Microsoft. Para a minha surpresa, como alguém que nunca se interessou muito pela série, jamais imaginaria que sairia dali com uma vontade incontrolável de chegar até o fim, tamanha a minha empolgação.

- Multiplayer de Gears of War 3 combina brutalidade e senso de equipe

Uma guerra emocionante
Os primeiros minutos da campanha são enigmáticos: um combate intenso e dramático contra uma criatura gigantesca enquanto o imenso cenário ao redor se desfaz, quase que metaforicamente. Ao fundo, uma narração anuncia uma busca do herói Marcus Fenix pelo seu pai que, ao contrário do que se imaginava, está vivo.
Assim, com um sonho, a nova aventura gira em torno de uma busca esperançosa em cenários devastados pela guerra, onde poucos humanos sobrevivem em pequenos grupos. A sensação é de desolação, de uma guerra perdida para o inimigo, bem como em Halo: Reach ou Resistance 3 - séries que têm muito em comum com Gears of War.
Toda a ação está intercalada com sequências animadas excepcionalmente bem dirigidas, que mostram todo o poder da Unreal Engine 3, que está melhor do que nunca. Nada até o momento se equipara às animações e expressões faciais de Gears 3, pelo menos no Xbox 360. A iluminação confere aos cenários já incrivelmente detalhados um nível de realismo absurdo. É tudo tão bonito, vivo e orgânico que mal tive tempo para avaliar o quão bem localizadas estavam as legendas em português.
A ação em si continua bastante familiar a quem já jogou os anteriores, com um sistema de cobertura extremamente funcional, armas deliciosamente precisas e impactantes e aquela sensação de estar controlando verdadeiros tanques de guerra no front, de tão grandes e pesados que são os personagens.
 
Sim, além de Marcus Fenix, você controla outros brutamontes durante a aventura principal, incluindo Cole "Train”, em um dos momentos mais emocionantes, comoventes e interessantes de toda a série, com um grande foco em sua história pessoal e seu passado como jogador de futebol americano de sucesso.
As mulheres, por sua vez, entram no time apenas para adicionar dar aquele ar feminino que a série nunca teve - convenhamos, Gears é uma mistura de testosterona com esteróides. Pelo menos até onde eu cheguei, o jogo praticamente ignorou as mulheres da história (embora a loirinha Anya Stroud sempre estivesse por lá), se apegando mesmo aos personagens já conhecidos da famosa equipe de Marcus Fenix.
Convenção dos monstros
Naturalmente, o tiroteio continua sendo o foco de toda a ação, porém a variedade de situações e objetivos evita que o jogo se torne apenas um “mate e avance” - ainda que, na verdade, ele seja exatamente isso sem que você perceba. A cada 15 ou 20 minutos um novo tipo de inimigo aparece para apimentar as coisas, criando novas possibilidades estratégias para os confrontos. Alguns explodem quando destruídos, matando mais criaturas ao redor ou mesmo criando reações em cadeia. Outros possuem pontos fracos destacados, bem ao estilo Lost Planet.
A Epic não economizou em confrontos contra chefes e criaturas gigantes e grotescas. Logo nos primeiros minutos, você enfrenta um monstro bizarro, com aparência de pele derretida, cuja boca escancarada preenche a tela inteira. Tentáculos gigantes saem do chão, de onde se desprendem criaturas. Em outras sequências, você mata seres mais humanoides, mas não menos ameaçadores. A enorme variedade e bizarrice das criaturas me faz questionar o que os artistas da Epic andam vendo por aí.
A dificuldade parece estar bem equilibrada, conseguindo manter um nível de desafio e intensidade sem tornar o jogo frustrante. A munição é escassa, obrigando o jogador a trocar de armas para sobreviver e guardar o que possui de melhor em seu arsenal para momentos realmente difíceis. Raras foram as vezes que travei em alguma parte por não utilizar uma estratégia adequada e, mesmo quando isso acontecia, o jogo acertava nos checkpoints, sem me obrigar a passar de uma sequência inteira novamente, mesmo nos confrontos contra chefes.
Como de praxe, Gears 3 traz ainda algumas sequências especiais "em trilhos", com o tiroteio acontecendo em cima de veículos em movimento. Embora visualmente interessantes, com toda a velocidade e ação intensa, essas partes são basicamente animações interativas, em que as coisas acontecem quase como se você não estivesse atuando. Mais interessante são os robôs controláveis, que dão uma boa variada na ação, incluindo até mesmo alguns quebra-cabeças simples.
O pouco do modo cooperativo em tela dividida que experimentei foi intenso e divertido, bem como eram nos episódios anteriores, exigindo uma atuação em dupla e constantemente colocando os dois jogadores em situações diferentes, de forma que um possa auxiliar o outro à distância.
Atualmente, não faltam jogos de tiro com monstros, ação cooperativa e cenários apocalípticos. Embora Gears of War 3 seja exatamente isso, ele traz um nível de produção tão elevado, que acaba conquistando pelo espetáculo, polidez e diversão.

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